Cinco dias, quase 40 filmes e uma programação que se pauta na diversidade do cinema nacional. O Pirenópolis Doc – Festival de Documentário Brasileiro chega à sua segunda edição durante os dias 03 a 07 de agosto, no Cine Pireneus, na cidade de Pirenópolis, Goiás. Com a proposta de movimentar a produção documental do País e criar uma janela de exibição para curtas e longas-metragens, o evento abarca mostras competitivas nacionais e regionais, encontros, debates, oficinas, retrospectiva e sessões especiais.
Ao longo de quase três meses, realizadores de todo o País enviaram produções para a curadoria do festival, que selecionou o total de 26 filmes de São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Ceará, Fortaleza, Pernambuco e Brasília para participarem das mostras competitivas do Pirenópolis Doc. Além disso, o festival amplia sua programação com uma mostra especial em forma de retrospectiva do documentarista Joel Pizzini, considerado um dos grandes cineastas do País.
“A escolha de Joel Pizzini como homenageado na Mostra Retrospectiva desse ano vai ao encontro do desejo de abrir uma janela de exibição no festival para o filme-ensaio”, aponta a coordenadora do projeto, a produtora cultural Fabiana Assis. Pizzini é pesquisador e dirige ensaios documentais desde 1990, além de ser o responsável pela oficina de filme-ensaio que acontece durante a programação do festival.
O Pirenópolis Doc ainda promove o programa de Primeiro Corte para realizadores que desejam ter a oportunidade de projetar trechos ou a íntegra de seus trabalhos e vê-los analisados e comentados pelos cineastas Mariana Lacerca e Hilton Lacerda. “Queremos impulsionar e profissionalizar o cinema feito em Goiás. A ideia desse programa nasceu junto com o PirenópolisDoc e pretende se tornar uma tradição do festival”, conta.
Filme de abertura
Um olhar crítico sobre o passado junta-se à luta pela terra e à afirmação da identidade indígena. Para abrir a segunda edição do Pirenópolis Doc no dia 03 de agosto, o festival promove uma verdadeira discussão sobre memória e povos indígenas, com a exibição do filme Taego Ãwa, dirigido pelos cineastas goianos Marcela Borela e Henrique Borela. O longa-metragem aborda a luta dos índios – mais conhecidos como avá-canoeiros do Araguaia – pela demarcação de seu território ao mesmo tempo em que tenta reconstruir o passado e a identidade do grupo.
O pontapé inicial da produção foi curioso. A dupla de diretores encontrou, nos arquivos da antiga Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Goiás (UFG), cinco fitas VHS contendo registros do povo Ãwa. Anos mais tarde, munidos de outros registros fotográficos e audiovisuais, buscaram os índios para mostrar o material e ver se era possível iniciar um projeto. De acordo com Fabiana, trata-se de uma produção que merece ser vista e discutida em diversas nuances. “É um tema importantíssimo, uma ferida que ainda hoje está aberta no Brasil”, explica.
Além do filme de abertura, 26 produções participam das mostras competitivas do festival, entre curtas, médias e longas-metragens produzidos em oito estados, de um universo de 510 filmes inscritas. “Nosso olhar buscou, entre as 510 obras enviadas, por filmes que de alguma forma nos emocionou que nos fiz pensar sobre o papel que o cinema e o documentário vem cumprindo, o de nos fazer refletir a respeito do nosso país e do mundo em que vivemos” reitera Fabiana.
Edição de peso
Discutir, conhecer, dialogar e impulsionar o documentário desenvolvido em todas as regiões do País. O Pirenópolis Doc é promovido pela Violeta Filmes e Maricota Produções e realizado com apoio do Fundo Estadual de Arte e Cultura de Goiás e da Lei Goyazes.
Acompanhe a programação: www.pirenopolisdoc.com.br
ANOTE
PIRENÓPOLIS.DOC
Data: 03 a 07 de agosto
Local: Cine Pireneus (Pirenópolis)