Com as novas regras para o financiamento da campanha eleitoral, que dificulta as doações, principalmente as empresariais, muitos pré-candidatos nas eleições de 2018 têm apelado para as vaquinhas virtuais ou o chamado crowdfunding, que são as doações coletivas pela internet. O recurso foi regulamentado na minirreforma eleitoral de 2017.
Atualmente, mais de 70 sites estão cadastrados junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e trabalham com a arrecadação de recursos aos possíveis candidatos. Um deles, o Apoia.org, tem mais de 300 pré-candidatos cadastrados em todo país. Até agora, a plataforma conseguiu arrecadar em doações mais de meio milhão de reais.
O pré-candidato a deputado federal, o médico Alano Queiroz (NOVO), entrou na plataforma Apoia.org e já conseguiu arrecadar cerca de R$ 10 mil de 15 pessoas físicas. Segundo ele, um de seus princípios na corrida eleitoral é não utilizar o fundo partidário, por isso, a vaquinha online é uma boa iniciativa. O médico estabeleceu sua meta no site de arrecadar até 15 de agosto, período regulamentar da campanha eleitoral, R$ 50 mil reais em doações coletivas. Mas ele está otimista e prevê que o valor arrecadado pode ficar próximo dos R$ 100 mil.
Queiroz afirma que a vantagem da vaquinha virtual é que os pré-candidatos podem conseguir recursos antes mesmo do período da campanha. “Isso nos permite fazer uma previsão de custo e receita da campanha”, ressalta. No entanto, os recursos arrecadados não podem ser usados agora. Pelas regras do TSE, a verba só poderá ser utilizada após 15 de agosto. Caso a candidatura não se viabilize, o dinheiro é devolvido ao doador.
Para Alano Queiroz, essa novidade da doação coletiva é a principal forma de arrecadação junto à pessoa física. O médico afirma que isso é mais justo para todos os candidatos e oferece oportunidade do cidadão participar ativamente das eleições. “A doação coletiva qualifica o processo eleitoral. Torna a participação do cidadão mais efetiva. Ele só vai doar se confiar e acreditar que a proposta do candidato é viável”, sublinha.
Por ser uma ferramenta ainda nova, o médico diz que a vaquinha virtual ainda precisa ser melhor conhecida pelos eleitores e provocar uma mudança cultural, já que muita gente desconhece e não está acostumada com as doações coletiva pela internet. “Estamos em um período de transição. Os cidadãos vão conhecer melhor essa forma de financiamento e acredito que até a próxima eleição as doações vão se intensificar. Porém, já tenho um bom resultado até agora com aceitação dos doadores”, destaca.