O pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PSB, Vanderlan Cardoso, disse ontem que a Secretaria Municipal de Trânsito (SMT) da prefeitura está desviada de sua função precípua que é ordenar o trânsito já caótico na capital. Segundo ele, a diretoria da SMT tornou-se um covil de gente com pouca ou nenhuma experiência no assunto, nomeados tão somente para atender a interesses fisiológicos de acordos políticos que não levam em conta os interesses da população.
Vanderlan participou de uma reunião com integrantes do Sindicato dos Agentes de Trânsito de Goiânia (Sinatran) para ouvir as demandas dos profissionais e saiu com muitas ideias para melhorar a gestão do trânsito na cidade. Além da despolitização, Vanderlan disse que vai trabalhar para conferir mais autonomia ao órgão. “O trânsito é um problema que afeta toda a população, mesmo aquela que não tem automóvel e precisa do transporte público, pois o sistema de mobilidade urbana deve atuar integradamente”, diz o empresário.
Para Vanderlan, é preciso conferir personalidade jurídica com autonomia administrativa, operacional e financeira necessárias para uma política de trânsito eficiente. “A prefeitura desvia, dos recursos da SMT, hoje na casa dos R$ 35 milhões, receita para outros objetivos que não o cumprimento da lei que determina que os recursos de multas devam ser gastos no tripé engenharia, educação e fiscalização. Aí fica esse caos que atormenta a todos”, denuncia.
Na presença da presidente do Sinatran, Andréa Gonçalves, e do vice, Áureo Marcelo, o pré-candidato fez o compromisso de avaliar a realização de um concurso para a recomposição dos quadros da autoridade municipal de trânsito. “Sou adepto da boa política. E ela impõe a indicação de um corpo técnico qualificado para a gestão das áreas fins da administração. E o trânsito é uma atribuição das mais importantes do prefeito. E pra isso é necessário um quadro qualificado e efetivo”, diz Vanderlan.
Segundo relato dos dirigentes, a atual SMT possui um quadro de 322 agentes na totalidade, com cerca de 70 servidores em desvios de função, prestando serviços administrativos ou em outros órgãos e poderes. Segundo a lei, o mínimo exigido seria de 475 funcionários efetivamente na fiscalização de rua. Já as normas do Denatran recomendam que, para cada grupo de mil veículos haja um fiscal. Hoje Goiânia possui 1,3 milhão de automóveis.
Vanderlan também avalia ser necessário dar plenas condições de trabalho aos agentes, desde salários dignos à segurança e à autoridade necessárias para o cumprimento de suas funções.
“Sempre tive os funcionários públicos como aliados da administração e por isso trabalho para dar a eles as condições necessárias para fazer um trabalho bem feito, com o foco sempre direcionado ao bem estar do cidadão”, afirma.
O empresário destacou também que a prefeitura precisa investir com mais seriedade na educação para o trânsito, e não focar apenas em multas. Ele explicou que o dinheiro que a prefeitura arrecada com as infrações de trânsito precisa voltar para a população em forma de obras na melhoria do trânsito, como sinalizações mais eficientes, e principalmente para a educação. “A prefeitura precisa dar mais condições de trabalho para o agente de trânsito, além de investir em treinamento e equipamento, deve prepara-lo para o trabalho de educação de trânsito. A função do agente não é apenas multar, e eles sabem disso, mas por conta da omissão da prefeitura, falta condições para realizar um trabalho mais completo”, comentou.