Uma denúncia sobre as condições precárias do Centro de Referência de Diagnóstico Terapêutico de Goiânia (CRDT) levou a Comissão de Saúde e Assistência Social da Câmara Municipal de Goiânia a realizar uma visita na unidade de saúde. A vereadora Priscilla Tejota (PSD) e o vereador Paulo Magalhães (PSD), ela presidente e ele membro da comissão, identificaram uma série problemas no edifício que abriga o CRDT.
“Encontramos a unidade de saúde, que custa aos cofres públicos R$ 33 mil por mês, em uma situação até de interdição por parte da vigilância sanitária, por conta da insalubridade com que os servidores estão trabalhando e pelas más condições de oferecer um tratamento adequado para o cidadão”, apontou a vereadora.
Priscilla revelou que o Centro de Referência possui oito consultórios de atendimento e que maioria das salas estava funcionando de portas abertas, pois não havia ar condicionado. “Janelas baixas, sem proteção; os profissionais atendendo de portas abertas por conta do calor. Algumas salas possuem ventiladores que foram trazidos pelos próprios servidores”, descreveu.
A parlamentar relatou uma situação de sucateamento dos serviços públicos de saúde no município. “No Centro de Referência anterior, havia mais de 300 funcionários e esse se encontra com 96 servidores, inclusive com uma única biomédica que está realizando apenas os testes rápidos, ou seja, falta de pessoal e falta de alguns serviços que anteriormente eram prestados como a odontologia, oftalmologia, dentre outros exames que também foram retirados”, contou Priscilla.
Segundo a vereadora, havia um servidor, técnico do laboratório e do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que, em desvio de função, estava atuando como recepcionista, além de ter que realizar as coletas e separar o material coletado. “Funcionários reclamam da falta de condições de trabalho, de espaço insuficiente para acomodar os equipamentos e realizarem os atendimentos. Fui informada sobre a existência de uma casa aqui na mesma rua que havia sido alugada para funcionar o posto de vacinação e a farmácia, no entanto, está desativada”.
O vereador Paulo Magalhaes falou das condições inadequadas do CRDT oferecidas tanto aos servidores quanto aos pacientes. “O elevador serve somente para enfeite, não está funcionando. A rampa de acessibilidade para os cadeirantes é bastante estreita. De forma que alugaram uma casa que não está tendo muita serventia”. O vereador pontuou que ao contrário do que diz a secretária de Saúde nas prestações de contas da pasta “a realidade está bem diferente”. “Gostaria de fazer um convite à Fátima Mrué para que venha visitar e ver o que está acontecendo nessa unidade de saúde”, afirmou.
O paciente Marciel Silva Souza faz tratamento de diabetes e contou que há meses têm ido até à farmácia do CRDT e sempre falta material. “Tem uns três meses que venho aqui e às vezes falta seringa, outra vez é a fita para medir a taxa de glicose”, denunciou.
Priscilla anunciou que a Comissão de Saúde vai protocolar uma representação no Ministério Público de Goiás (MP-GO), afim de cobrar esclarecimentos por parte da Secretaria de Saúde do Município sobre as irregularidades encontradas no CRDT e que vai encaminhar um requerimento à Prefeitura de Goiânia solicitando informações sobre a casa alugada há mais de um ano, segundo relato de funcionários, e que não está em funcionamento, prejudicando ainda mais o serviço de saúde da capital.