O processo movido contra o médico Ricardo Paes Sandre, investigado por de assédio moral, sexual e abuso de poder na sua atuação no Tribunal de Justiça de Goiás, voltou a ter movimentação. Porém, de uma forma incomum.
As testemunhas, estranhamente, estão sendo convocadas a depor em um processo interno aberto a pedido do próprio Tribunal. Detalhe: há casos em que a convocação registra depoimentos em grupo. O tempo para cada oitiva foi determinado em apenas 20 minutos para cada testemunha depor, o que se mostra inédito e preocupante, de acordo com as servidoras ouvidas, em off, pelo Hora Extra. Ao que parece, essa velocidade está fora dos padrões usuais, o que pode configurar uma tentativa de encerrar o caso ainda dentro do período de gestão da atual Presidência do TJ-GO. O Desembargador Presidente é sogro do acusado.
Por fim, as oitivas foram marcadas para uma sala dentro do gabinete da Presidência, e serão iniciadas nessa quinta-feira, dia 17 . “São fatos muito estranhos e preocupantes, completamente distantes de casos similares envolvendo investigação de conduta de servidores”, disse uma das servidoras que preferiu o anonimato. Essa aparente leniência contrasta com o rigor empregado no caso João de Deus, que guarda certa semelhança nas acusações. A estranheza ronda os corredores do Tribunal de Justiça.