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Pais devem se atentar a sinais sutis da tendência suicida, diz psicóloga

Os pais e responsáveis precisam estar atentos aos adolescentes e jovens que têm dificuldade de receber um ‘não’ ou, simplesmente, de esperar. Esses comportamentos podem ser indicativos de uma possível idealização de suicídio. O alerta foi dado pela psicóloga Ana Lídia Fleury, durante um bate-papo da profissional com pais e estudantes do ensino médio, promovido na semana passada, no Órion Shopping, em Goiânia.

Ana Lídia explicou que essas atitudes são chamadas de ações reativas. “A pessoa, que está mais frágil emocionalmente, age sem pensar porque ela acaba perdendo sua essência ao ser conduzida por situações e por ambientes que ela julga serem desfavoráveis para si”, disse a psicóloga durante o evento. Ana Lídia foi enfática ao dizer que as pessoas dão sim sinais de que estão prestes a tirar a própria vida.

A convite do Órion Complex e do Colégio Simbios, apoiador do evento, a psicóloga ministrou palestra para pais e estudantes com tema alinhado à campanha Setembro Amarelo, que propõe a reflexão sobre a importância de cuidar da saúde mental. De acordo com a profissional, as ações reativas estão no conjunto dos sinais menos aparentes do perfil de ideação suicida.

Por outro lado, comportamento depressivo, insônia, sono incontrolável, isolamento social e irritabilidade são evidências mais comuns da tendência de autoextermínio. “O que ajuda muito os adolescentes e jovens a superar esse sofrimento é o fato de os pais começarem a passar um tempo de qualidade com os filhos. Os pais precisam estar presentes também emocionalmente. E o que importa não é a quantidade, mas a qualidade desse tempo oferecido aos filhos”, frisou Ana Lídia.

Saúde pública

O administrador de empresas Chrystiano Cruvinel viveu o drama de perder um filho jovem, que tirou a própria vida. Depois disso, ele passou a pesquisar o comportamento das famílias e a dar palestras para ajudar e esclarecer os pais sobre esse problema considerado já de saúde pública. Afinal, o Brasil registra 11 mil casos de suicídio todos os anos, segundo levantamento do Ministério da Saúde.

“O que há de mais precioso em nossas vidas são os nossos filhos. E nesse sentido, os pais não podem abrir mão de serem atentos, presentes e conscientes do papel decisivo que eles exercem para a saúde e o futuro dos seus filhos”, ressaltou Chrystiano. Ele contextualizou a mudança no perfil das famílias desde o século 18 e conclui que, após a Revolução Industrial francesa, quando os pais passarem a sair de casa para ir trabalhar, houve uma perda no foco da criação dos filhos.

Para Chrystiano, depois disso o ser humano passou a pautar sua felicidade no aumento da renda, uma pretensão própria do capitalismo. “Muitas famílias estão pensando só na renda per capita e não nos filhos”, lamentou o palestrante.

O bate-papo com Ana Lídia Fleury e Chrystiano Cruvinel ocorreu dentro do programa Viva Saudável Órion. A iniciativa consiste de eventos mensais e gratuitos, realizados no complexo de negócios e saúde Órion Business & Health Complex, com o objetivo de incentivar os cuidados com a saúde e o bem-estar.

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