Companhia vende 70% do que produz para 30 países, atendendo em média 150 clientes no mercado internacional
O Mataboi Alimentos, companhia de abate de bovinos e comércio de carnes, pertencente à JBJ Agropecuária desde o final de 2014, com unidades em Araguari (MG) e Santa Fé de Goiás (GO), ocupa o quarto lugar no ranking dos frigoríficos que mais exportam. Este dado reflete o crescimento das exportações de carne bovina, não apenas em Minas Gerais, mas em todo o Brasil. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), a exportação de carne bovina in natura cresceu 38% em julho ante o mesmo mês do ano passado.
Atualmente, o Mataboi exporta cerca de 70% de seus produtos para 30 países, atendendo, em média, 150 clientes no comércio internacional. Os principais mercados são Europa, Oriente
Médio e Ásia. No entanto, o Mataboi está habilitado para exportar para mais de 100 países.
No primeiro semestre de 2017, as exportações do Mataboi avançaram 57% comparadas com o mesmo período do ano anterior, passando de US$ 118 milhões para US$ 185 milhões. A receita líquida total da empresa neste período passou de R$ 728 milhões para R$ 908 milhões, crescimento de 25%. “Abatemos 2 mil cabeças/dia e vendemos mensalmente mais de 12 mil toneladas de carne. Somos atualmente o quarto maior exportador de carne bovina do país e estimamos faturar cerca de R$ 2 bilhões neste ano”, conta o diretor presidente do Mataboi, José Augusto de Carvalho Junior.
De acordo com José Augusto, antes da JBJ adquirir o Mataboi, a exportação representava cerca de 40%. "A JBJ deu fôlego para cumprirmos nossas obrigações, retomar as atividades e avançar nas vendas externas”, explica.
No primeiro semestre deste ano, as vendas do Mataboi no mercado interno também cresceram e chegaram a R$ 344 milhões, 13% superiores ao mesmo período do ano anterior.
A empresa possui mais de 1.500 clientes no país, em diversos segmentos como supermercados, distribuidores, restaurantes e indústrias. Evolução da empresa O Mataboi tem sede em Araguari, no Triângulo Mineiro, e está há 68 anos no mercado. A empresa iniciou suas atividades em 1949 com o nome Companhia Industrial de Carnes LTDA. Em 1970 passou a se chamar Mataboi Alimentos. Em 2008, lançou sua linha de carnes selecionadas com a marca Di Prima, voltada ao mercado nacional. Em função de dificuldades financeiras, a empresa pediu recuperação judicial em 2011 e foi obrigada a fechar algumas de suas unidades industriais, mantendo sua operação em Araguari e Santa Fé.
Ao final de 2014, o endividamento do Mataboi atingiu cerca de R$ 480 milhões e seu patrimônio líquido estava negativo em R$ 320 milhões, colocando a empresa em estado pré-falimentar, com enorme risco à sua continuidade. Neste momento, o Grupo JBJ adquiriu a empresa, aportando mais de R$ 260 milhões de capital próprio para sanar parte das dívidas trabalhistas, financeiras e tributárias. A partir do aporte financeiro, para reerguer a empresa e garantir o emprego de seus 2.300 colaboradores, o Mataboi investiu na reestruturação operacional, para redução de custos e aumento da lucratividade.
Incêndio x reconstrução
Em junho de 2016, um incêndio de grandes proporções atingiu a unidade do Mataboi de Araguari, danificando uma área de 7 mil metros quadrados. Somente em estoque de carne, a empresa sofreu um prejuízo de R$ 15 milhões.
Num prazo recorde de cinco meses, esta fábrica do Mataboi foi reconstruída, retornando integralmente suas operações no final de novembro do mesmo ano. Além da parte estrutural, a planta de abates, projetada para atender às demandas ambientais e de segurança alimentar dos mercados mais exigentes, foi equipada com máquinas de alta tecnologia. O valor total investido na recuperação da unidade foi de R$ 55 milhões.
De acordo com o diretor presidente do Mataboi, José Augusto de Carvalho Junior, a empresa tem evoluído muito desde a chegada da JBJ. “Ampliamos a parceria com pecuaristas que nos fornecem a matéria prima, melhoramos nossos indicadores na indústria e logística, criamos novos processos voltados ao comercial que possibilitam rentabilizar mais o nosso negócio e lançamos uma nova linha de rótulos dos cortes Di Prima. Além disso, procedimentos e sistemas foram ajustados para atender nossa operação e continuamos investindo em nossa equipe e na consolidação de nossos valores, em busca de sermos os melhores do mercado”, conclui.