Uma proposta de diálogo constante entre a empresa italiana Enel – grupo que comprou a distribuidora de eletricidade goiana Celg D – e a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) esteve em pauta, ontem (17), entre o presidente da Federação, José Mário Schreiner, e o representante de Relações Institucionais da Enel, Guilherme Brasil Freitas. Entre as pautas discutidas, estavam as perspectivas de melhoria no fornecimento de energia em Goiás e a ampliação dos investimentos na conservação e expansão da rede de distribuição de energia elétrica em toda zona rural do Estado, além de outras demandas.
Para Schreiner, o encontro foi de extrema importância para alinhar informações e cobrar avanços em relação à energia elétrica para o meio rural. “Apresentamos muitas demandas por parte do setor que precisam ser melhoradas e ampliadas para o bom andamento da nossa produção. Não é só o leite que precisa de energia, mas sim todos os setores da agropecuária dependem de um fornecimento de energia com qualidade. Sempre defendi a privatização da Celg, porque sei que a inciativa privada pode suprir o que o estado tem dificuldade de oferecer”, destacou o presidente.
O presidente da Faeg também solicitou que sejam realizadas reuniões mensais com a Enel em busca de colaborar no processo de melhorias e apontar as demandas mais urgentes do setor. “Existem muitas solicitações do setor e de nossos produtores rurais em aberto e que precisam de agilidade para serem resolvidas”, disse José Mário. A Faeg também apresentou, em documento entregue aos representantes da Enel, os municípios prioritários para investimentos na ampliação de ‘carga’ de energia elétrica.
A Enel, por sua vez, destacou que investirá R$ 3 bilhões nos próximos três anos na recuperação da Celg e buscará atender as demandas apresentadas com mais agilidade. “Sabemos das situações mais urgentes que precisam ser solucionadas. Temos a capacidade técnica, econômica e a vontade de trabalhar para respeitar os limites regulatórios em termos de qualidade. A gente vai trabalhar para que a Celg seja uma história de êxito”, ratificou o representante de Relações Institucionais da Enel, Guilherme Brasil Freitas.
Entre as demandas apresentadas pela Faeg estão revisão e providências de troca, se necessário, de todos os reguladores de tensão nas regiões onde estão acontecendo sobrecarga de energia na rede elétrica; ampliação do número de subestações e investimentos na rede de transmissão; finalização dos processos de ligação de energia elétrica do Programa Luz; investimento na capacidade de fornecimento da companhia, visando dar suporte à crescente demanda dos setores produtivos; assim como a ampliação da estrutura de atendimento aos consumidores; investimento em recursos humanos e tecnologia, visando agilizar os processos internos e as análises de novos projetos de expansão de carga; e a maior agilidade nos processos de relacionamento da Concessionária com os consumidores e suas entidades representativas.
Presenças
Estiveram presentes na reunião o vice-presidente da Faeg e presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja Goiás), Bartolomeu Braz, o vice-presidente institucional da Faeg, Eduardo Veras, o gerente de Estudos Técnicos e Econômicos da Faeg, Edson Novaes, o consultor técnico da Faeg, Cristiano Palavro, o produtor rural, Félix Curado, e o secretário-chefe do Governo de Goiás, Isanulfo de Abreu.
Enel
A aquisição da Celg D marca o crescimento da Enel no segmento de distribuição de energia elétrica no Brasil. A companhia já atua em distribuição no País por meio da Enel Distribuição Rio (antiga Ampla) e Enel Distribuição Ceará (antiga Coelce).