Ao todo, três dos 14 pacientes já morreram na unidade. “Foi mais uma jogada para aparecer. Coisa do prefeito, que nem sabe o que acontece aqui dentro”, diz a servidora que é terceirizada pelo Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH).Conforme relatam os servidores, o HMAP enfrenta dificuldades por conta da falta de pagamento dos contratados. Existe clima de insatisfação dentro da unidade.
Em reportagens publicadas nos jornais da imprensa e em um áudio enviado para um programa de rádio, eles denunciam que não recebem salários há três meses. “Algumas pessoas não receberam nada ainda de novembro”, disse uma servidora ao jornal “Hoje”.
O mais grave, além da insatisfação da equipe de profissionais, é a estrutura da unidade: uma UTI que servia a um dos pacientes foi alagada após forte chuva.
O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema de Saúde de Goiás (Sindisaúde-GO) já provocou a Justiça do Trabalho para que os servidores tenham seus direitos atendidos. A Secretaria de Saúde do município, responsável por fiscalizar as ações da OS, garantiu que o Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH) regularizará os pagamentos atrasados, caso existam.
O Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH) está envolvido em uma série de investigações, não só em Goiás. Em dezembro do ano passado, a OS foi incluída nas investigações de suspeita de fraude de R$ 2 milhões na compra de materiais para combate à covid-19 em Goiás.
A OS que geria três hospitais do Estado de Goiás, deixou a administração de hospitais em Santa Helena, Jaraguá e Pirenópolis.
O Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP) foi construído com recursos municipais e, sobretudo, federais, advindos de emendas de parlamentares goianos. A prefeitura segue o modelo das OS, em que uma empresa é que faz a gestão, em vez de servidores públicos do município.
OUTRO LADO
A Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida garante que os repasses estão em dia e o IBGH afirma que são infundadas as reclamações dos servidores, que recebem de acordo contrato regido pela CLT. A respeito de supostas fraudes apuradas pela polícia, a entidade de direito privado nega todas e garante se defender em juízo.