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Em conferência internacional, Marconi lança desafio de sobretaxar combustíveis fósseis

O governador Marconi Perillo lançou hoje pela manhã, na abertura da 16.ª Conferência Internacional Datrago sobre Açúcar e Etanol, em São Paulo, a proposta da taxação dos combustíveis fósseis, por agressão ao meio ambiente e danos à saúde humana. Marconi, que ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ministrou palestra no painel Etanol e Desenvolvimento Econômico, disse que fará gestões como agente político para que a Organização Municipal de Saúde (OMS) desenvolva uma política, nos caso dos combustíveis poluentes, semelhante ao que desenvolve hoje em relação ao tabaco.

A Conferência Internacional Datrago (consultoria agrícola) reúne produtores de açúcar, etanol e biodiesel dos cinco continentes, com a participação de autoridades públicas, fundos de investimento, empresas de logística, distribuidores e fornecedores de insumos. O governador foi saudado pelo presidente da Datrago, Plínio Nastari, para quem o setor vê com bons olhos o desafio lançado por Marconi para que a OMS feche o cerco em relação à chamada “energia suja”.

Na palestra, realizada no salão de eventos do hotel Grand Hyatt São Paulo, Marconi assinalou que o setor sucroenergético resistiu, nos últimos quinze anos, às políticas públicas “equivocadas” do governo federal, e é hoje um dos segmentos que mais crescem no País.

Citou a experiência de Goiás de criar incentivos fiscais específicos para estimular a cadeia produtiva de álcool, açúcar e biodiesel no Estado, fundamental para que assumisse o posto de 2.º produtor nacional de etanol e açúcar. Apesar da seca deste ano, reflexo das mudanças climáticas, o governador disse que Goiás deverá ter uma safra apenas um pouco abaixo de 7 milhões de toneladas de cana de açúcar.

Na conferência, Marconi argumentou que o etanol traz desenvolvimento. “O IDH dos municípios produtores de cana cresceu 65% entre 1970 e 2010, enquanto o IDH dos municípios sem produção agrícola representativa cresceu apenas 57%”, disse. Reafirmou que Goiás tem “forte compromisso” com a energia renovável e também tem hoje uma das matrizes energéticas “mais limpas do País”, com produção de etanol, biomassa e biodiesel.

O governador também enfatizou que de 2000 até hoje, o Brasil desembolsou mais de 156 bilhões de dólares em importação de petróleo. Só com a gasolina e o óleo diesel, os gastos com a importação, segundo ele, foram de 70 bilhões de dólares nesse período.

Disse também que o Brasil assumiu o compromisso, na Carta de Paris, de reduzir as emissões de poluentes em 43% até 2030, mas o País gastou 70 bilhões de dólares importando combustível que aquece o planeta e libera enormes quantidades de material particulado. “Gastamos 70 bilhões de dólares para piorar a temperatura e o ar que respiramos”, observou.

Na exposição, afirmou que o uso do petróleo tem financiado atividades terroristas. “Estimativa da ONU é que o Estado Islâmico tenha faturado 1,6 milhão dólares por dia com a venda de petróleo. Também lembrou que o Papa Francisco, em encíclica de 2015, instou o mundo a investir mais em energia limpa, com a participação de organismos multilaterais. “No último sábado, quase 200 países assumiram o compromisso de banir o uso do hidrofluorcarbonetos, até 2018”, ponderou.

No encerramento da palestra, Marconi disse que como governador, político e cidadão não consegue entender porque até hoje a OMS não recomendou a taxação dos combustíveis fósseis pelo mal que fazem à saúde e ao meio ambiente. “O Brasil deveria ser protagonista nessa política, até para atender os compromissos feitos na COP 21”, arrematou.

No evento, em companhia do governador de São Paulo, Marconi foi convidado pelo presidente da Datrago, Plínio Nastari, a conhecer um veículo, de tecnologia japonesa, que transforma o etanol em bioletricidade, o e-Bio Fuel-Cell – que faz 20 quilômetros com um litro de etanol, processado para virar eletricidade.

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