O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, participou de audiência pública da comissão mista que acompanha as medidas do governo federal para o enfrentamento da pandemia de coronavírus nesta terça-feira, 23, e trouxe dados e explicações das ações do Ministério da Saúde durante a pandemia. Pazuello informou que deve apresentar até esta quarta-feira (24) a estratégia de testagem do governo para a covid-19, e que pretende realizar testes para covid-19 em 12% da população na modalidade RT-PCR (molecular) e outros 12% pelo meio sorológico no plano de orientação de testagem em massa.
O relator da comissão, Deputado Federal Francisco Jr (PSD/GO) lembrou que o Brasil ultrapassou a marca oficial de 1 milhão de infectados e mais de 50 mil mortes pela covid-19, e cobrou do Ministro interino informações sobre o atendimento aos brasileiros com a doença. “O senhor disse que nós teremos transparência infinita, e nós entendemos que saber quantos leitos existem, quantos estão ocupados e qual é o tamanho da fila é fundamental para podermos nos organizar. É incrível como temos dificuldade de conhecer a fila não somente na época de pandemia. E eu faço um apelo ao senhor: que essa transparência infinita seja permanente para nos deixar preparados para qualquer outro tipo de situação, não somente na pandemia da covid-19 — cobrou o parlamentar”.
O número de leitos disponíveis nos hospitais públicos e privados em todo o Brasil, assim como os percentuais de ocupação e a fila de espera para atendimento e outros dados estarão disponíveis na página do Ministério da Saúde a partir do final de semana conforme informou o ministro Eduardo Pazuello. “São exatamente esses três parâmetros: os leitos disponíveis; os percentuais de leitos ocupados, ocupação; a fila de espera, caso haja, para essas UTIs. Esses dados estão sendo trabalhados já há duas semanas. Temos a previsão de ir até o final da semana, é a data para você ter isso no nosso “Localiza SUS”, declarou Pazuello.
Sobre a testagem da população, Pazuello destacou que não queria “dar spoiler”, ou seja, antecipar informações sobre essa estratégia, mas, em um segundo momento da reunião, pediu que o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, apresentasse uma explicação adicional. O ministro admitiu que “demorou um pouquinho” para apresentar a orientação porque “precisava tirar todas as dúvidas para poder apresentar”, em seguida, Medeiros informou que o Ministério da Saúde pretende testar 24% da população.
“Nossa estratégia é baseada em duas grandes frentes: na testagem tanto de RT-PCR quanto posteriormente na testagem da sorologia. Nós vamos partir, resumidamente, para cerca de 12% da população para a testagem de RT-PCR, que é o molecular, como nós chamamos, e, para 12% da população, na testagem da sorologia. A gente vai divulgar com detalhes todo o nosso programa, mas o principal problema, a principal missão que o ministro nos deu foi de agilizarmos essa testagem”, apontou o secretário.
O teste molecular (RT-PCR) é apontado como mais preciso por infectologistas. Já o teste sorológico (que engloba o popular teste rápido) informa se o corpo teve contato com o vírus e desenvolveu proteção contra ele.
No comando da pasta desde o dia 15 de maio quando Nelson Teich anunciou sua saída do governo, Pazuello foi nomeado ministro interino da Saúde. Questionado pelos deputados sobre a possibilidade de permanecer no cargo, o general comentou, “Eu não sei o tempo que o presidente quer que eu fique na missão e eu estou disponível para ele pelo tempo que for necessário. Meu compromisso foi para vir ajudar a combater a pandemia, ajudar a organizar, estruturar o Ministério da melhor forma possível, fazer funcionar, colocar pessoas com os perfis corretos. Existe a opção de o presidente determinar e querer que eu fique fazendo esse trabalho”, disse Pazuello.