O resultado das eleições da OAB confirmou o que era previsto. As pesquisas falharam e a advocacia, insatisfeita e desrespeitada, foi mal exemplo para a sociedade – sendo capa do principal Jornal do Estado. A chapa Pra Frente OAB venceu nas urnas com 55%, seguido pela NOVA OAB com 38%, diferente dos números divulgados que Lúcio Flávio teria vitória esmagadora e que a oposição não alcançaria 20% dos votos. Lúcio Flávio Siqueira de Paiva, da Chapa OAB Pra Frente, foi reeleito para o segundo mandato à frente da seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), com 10.283 votos, o que representa 55,20% dos votos válidos. A candidatura de Pedro Paulo de Medeiros, da Chapa Nova OAB, cresceu, principalmente nas últimas duas semanas, e ele ficou com 38,89%, com o total de 7.245 votos. Alexandre Caiado, da chapa OAB Pra Você, que fez uma campanha que ele mesmo definiu como modesta, ficou em terceiro, com 1.101 votos (5,91%) – números diferentes das pesquisas divulgadas pelos veículos de comunicação. Pedro Paulo Medeiros venceu em cidades importantes como Aparecida de Goiânia, Jussara, Cidade de Goiás e dominou parcela do eleitorado da capital, mas perdeu junto a Advocacia Jovem (que nem sempre é representada pelos mais jovens, mas pelos advogados que alcançaram a sua OAB de três anos para cá). O final da apuração, os vencedores não se contentaram com a vitória e partiram para agressão física àqueles que protestaram. Foi advogado dando chute em advogado na porta do Centro de Convenções e, no meio da confusão, tinha até presidentes de comissões nomeados por Lúcio Flávio. Nas redes sociais, os ataques não pararam: em clima de deboche, apoiadores de Lúcio Flávio menosprezaram os mais de 7 mil votos dos opositores. Pedro Paulo Medeiros comemorou o resultado e fez um vídeo de agradecimento a advocacia, não questionou as urnas, e desejou pessoalmente sucesso à nova gestão.
Os Conselheiros Waldemir Malaquias, Danúbio Cardoso, Fabrício Abraão, Sheila Mortozza e Viviany Fernandes manifestaram satisfação com o bom resultado das urnas. “Tinhamos 7% no início de janeiro, o nosso trabalho, em grupo, levou o recado que a advocacia precisa, e chegamos a 38% nas urnas”, afirmou Malaquias. O advogado eleitoralista, Danúbio Cardoso, afirmou que reconhece a legitimidade do pleito e das urnas e, em sua análise, “o resultado mostrou que Lúcio Flávio estava errado, ele não é unânime e nem possui tamanha maioria, e somos mais que meia dúzia de insatisfeitos, mais de 7 mil advogados, que querem uma Nova OAB”. Destaque foi para o número de advogados que não compareceram às urnas para votar. Dos mais de 50 mil inscritos, apenas a metade participou do pleito eleitoral. Abstenção e inadimplência dominaram o pleito eleitoral. Outro ponto de destaque foi a desorganização, com muito papel jogado no chão, boca de urna generalizada e um caos no centro da capital que trouxe descontentamento à sociedade. Entretanto, não houveram questionamentos quanto ao trabalho da Comissão Eleitoral e a lisura do pleito. |