Após constantes denúncias recebidas pela Comissão de Saúde e Assistência Social da Câmara Municipal de Goiânia, a presidente do colegiado, vereadora Priscilla Tejota (PSD), protocolou representação no Ministério Público de Goiás (MP-GO) para que o órgão apure as ações da Secretaria Municipal de Saúde no que se refere à testagem para diagnóstico do coronavírus nos profissionais que atuam na linha de frente da pandemia nas unidades de saúde da capital.
Segundo Priscilla, a maioria das notificações recebidas são de profissionais de enfermagem que relatam falta de testes para detectar a doença, más condições de trabalho e falta de equipamentos de proteção individual (EPI). “Recebo diariamente pedidos de socorro. A denúncia mais recente veio de uma enfermeira do Hospital Santa Maria, uma unidade de saúde particular, localizada no Centro de Goiânia. Ela relata que a testagem nos profissionais de saúde só tem sido feita naqueles que estão com sintomas de gripe”, informou a vereadora ao reafirmar a necessidade de que todos os trabalhadores do hospital façam o exame. “A falta de testes para esses profissionais traz um problema muito maior, uma vez que um enfermeiro ou um médico contaminado que não possui sintomas e continua trabalhando, pode ser um foco de transmissão para os colegas, para os familiares e até mesmo para os pacientes que estão tratando de outras enfermidades”.
No documento encaminhado ao MP, Priscilla requer a apuração de possíveis irregularidades administrativas cometidas pelo prefeito Iris Rezende (PMDB) e pela secretária de Saúde, Fátima Mrué. Da Representação consta ainda que seja instaurado processo para apurar as possíveis ilegalidades no Hospital Santa Maria, bem como todas as unidades de Saúde da cidade de Goiânia e que se estabeleça um plano de ação para testagem e controle dos trabalhadores da saúde.
“Esperamos que sejam adotadas, com a máxima urgência, as medidas necessárias para oferecer segurança aos colaboradores e à população. A Prefeitura de Goiânia juntamente com a Secretaria Municipal de Saúde, está agindo de forma irresponsável com o direito básico à saúde”, salientou.
Condições de trabalho precárias
Outra queixa recebida pelo canal denúncias da Comissão de Saúde é sobre as condições de trabalho precárias para atender os pacientes suspeitos ou diagnosticados com a Covid-19. “Não existem profissionais suficientes para atender e muitos estão fazendo 36 horas de trabalho direto, porque a grande maioria decidiu sair por não aguentar as irregularidades e aos abusos na relação de trabalho”.