Apesar de não indicada por dermatologistas, prática cresce no país e requer cuidados
Sem tempo para frequentar clubes e praias, além da possibilidade de estar em um local mais reservado, muitos homens e mulheres, no país, buscam no bronzeamento natural a solução dos problemas! Com a chegada do verão, clínicas e estabelecimentos de todo o Brasil recebem mais interessados e precisam redobrar os cuidados. O tempo máximo de exposição ao sol é de duas horas, evitando horários de sol mais intenso e o ideal é a utilização de produtos registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Prática não é indicada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
No último ano, o Brasil registrou casos de queimaduras de segundo grau e até mesmo de morte de mulheres que fizeram o procedimento em clínicas clandestinas ou foram expostas ao sol usando misturas caseiras. Uma das mais utilizadas pelas clínicas como ativadora do bronze é a parafina, que pode ser usada para diversas finalidades, mas não como um bronzeador, segundo a coordenadora da Vigilância Sanitária de Goiânia, Francinez Linhares. “Por si só, a parafina não é considerada bronzeador e não deve ser utilizada para este fim”, alerta.
Segundo Francinez, os cosméticos usados para bronzeamento, de forma geral, devem ter em seus rótulos a especificação do uso do produto – para que servem e como devem ser usados. Para a cliente não ter dúvida na hora do bronzeamento nas clínicas, o recomendado é ler a rotulagem e checar as especificações. Outra orientação importante é ter a certeza que tal cosmético é aprovado ou não pela Anvisa. Para saber se o produto é regularizado, notificado ou registrado é só acessar o portal da Agência e fazer a pesquisa sobre registro de empresa e de produtos.
A coordenadora também afirma que a Anvisa é responsável pelos registros, notificações e regularização dos produtos, e para cada tipo de matéria prima, princípio ativo, destinação e etc, são utilizados protocolos e sistemas de análises e exigências legais específicos.
Riscos
Os profissionais da área da saúde alertam sobre os riscos dos bronzeamentos naturais, sejam eles feitos em clínicas próprias ou não. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o bronzeamento expõe a pessoa a uma radiação ultravioleta excessiva e levará a aumento de manchas, rugas e secura na pele, e, a longo prazo, aumenta o risco para câncer de pele.
Coordenador do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD, o médico dermatologista Pedro Dantas explica que o dano à pele é causado pela radiação ultravioleta e não pelo produto, no entanto, alguns produtos podem induzir a dano mais intenso pela radiação, ou seja, deixam a pele ainda mais “sensível” ao sol. “É o que ocorre na maioria das fórmulas caseiras. Muitos desses produtos levam a um aumento da sensibilidade da pele à radiação, prometendo um bronzeado mais rápido e duradouro, o que em verdade acaba trazendo um risco aumentado de queimaduras e outros danos à pele”, salienta o médico.
A coordenadora da Anvisa orienta que, na hora de eleger um estabelecimento para a realização do bronzeamento, o cliente deve observar se o local possui licença de funcionamento e Alvará Sanitário, se as condições físicas e de cuidados são adequadas. Francinez fala afirma que as macas e cadeiras devem ser limpas, seguros e higienizados a cada uso; toalhas e objetos de uso pessoal não devem ser compartilhados e trocados (lavados) a cada uso. “A água usada pelas pessoas (ingestão, banhos e outros) deve ser potável e tratada. Os produtos devem possuir rótulos adequados contendo, principalmente, informações sobre seus constituintes, destinação, modo de usar e data de validade. É recomendado observar horários preconizados como menos perigosos para a exposição ao sol”, conclui.
Vaidade
Mesmo com os alertas e a conscientização dos riscos do sol, a vigilante Sabrina da Silva, de 24 anos, não abre mão da sua marquinha. Ela afirma que faz bronzeamento há mais de 10 anos e que acha a marquinha, sinônimo de sensualidade. “Me bronzeio sempre e não deixo a marquinha sumir! Acho que o diferencial está no profissional, e, claro, no produto. Na última sessão usei um produto registrado pela Anvisa que é bronzeador, de fato e tem FPS. A marquinha ficou mais bonita e o tom da minha pele ficou lindo. De todos que já usei, esse foi 100%”, completa.