O acesso a notebooks, tablets e celulares utilizados pelas estudantes são a fonte pela qual os hackers podem ter acesso a dados sensíveis, como o nome completo, endereço e horários de frequência da criança na escola. Professores e a família, que compartilham a rede com os alunos, também estão expostos. O acesso a essas informações compartilhadas pelas ferramentas digitais utilizadas no ensino pode dar margem a iniciativas fraudulentas ou mesmo ocorrências de sequestro e outros crimes.
O uso cada vez mais frequente da tecnologia na educação como forma de viabilizar as aulas virtuais tornou o ambiente escolar um potencial meio de superexposição de dados e da privacidade, particularmente dos alunos. O risco de essas informações sobre menores serem capturadas é grande. Será que as escolas estão preparadas para garantir essa segurança de dados?
Para o especialista Júlio Oliveira, head de tecnologia da Colaborativa, empresa especializada em transformação digital na educação, as instituições de ensino públicas e privadas estão muito distantes dessa condição. “A questão da segurança de dados dos alunos ainda está sendo tratada de forma muito superficial pelas escolas”, confirma Júlio.
As práticas de Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, conhecida como LGPD é um caminho para as instituições.
Em vigor desde setembro do ano passado, LGPD estabelece os limites dessa exposição e as penalidades para as responsáveis pela guarda dessas informações – no caso, as escolas. Segundo a legislação, é preciso que as escolas tenham algum suporte técnico ou mesmo um profissional contratado para exercer o gerenciamento dessas informações e a observância da LGPD.
“A cultura da proteção de dados é um processo relativamente longo para ser incorporada, pode durar até dois anos para ser implantada. É por isso que existe uma preocupação com esse despreparo das escolas para lidar com o assunto”, explica Júlio.
Como solução, Júlio aponta para a necessidade de as escolas desenvolverem seus sistemas de armazenamento de dados, controles de acessos e protocolos de segurança.
Para os pais, Júlio dá a dica. “Façam três perguntas básicas à direção da escola do seu filho e observe as respostas: Quem acessa os dados dos alunos e professores? Onde esses dados são armazenados? Como é feito o controle de senhas de acesso?”