Um dos maiores desafios mundiais destacados no Relatório Global de Nutrição de 2016 divulgado nesta semana, é a má nutrição, um distúrbio que afeta 44% dos países analisados.
A má nutrição significa literalmente uma nutrição ruim e manifesta-se de diversas maneiras, como: crescimento e desenvolvimento infantil deficiente; indivíduos que são apenas pele e osso ou que são propensos a infecções; aqueles que sustentam excesso de peso, ou cujo sangue contém açúcar, sal, gordura ou colesterol em demasia e também aqueles com deficiências de vitaminas ou minerais importantes.
Uma em cada três pessoas sofre de má nutrição nos 129 países analisados. Centenas de milhões delas estão mal nutridas porque apresentam sobrepeso, além de ter muito açúcar, sal ou colesterol no sangue.
De acordo com o cirurgião bariátrico Luís Augusto Mattar, o país apresenta evidências do diagnóstico apresentado no relatório mundial. “A obesidade e principalmente o sobrepeso, vêm crescendo de forma assustadora no Brasil. Hoje, 60% da população acima de 18 anos estão acima do peso ideal. Em 2006, esse índice era de 43%”, explica.
Cerca de 82 milhões de pessoas apresentaram o Índice de Massa Corpórea (IMC) igual ou maior do que 25 (sobrepeso ou obesidade). Isso indica uma prevalência maior de excesso de peso no sexo feminino (58,2 %), que no sexo masculino (55,6%). “Os dados já eram preocupantes e agora com esse diagnóstico global, só reforçamos a urgência de se pensar em políticas públicas adequadas à prevenção e tratamento do sobrepeso e obesidade”, reforça o especialista.
O relatório aponta que enquanto as metas para reduzir o crescimento atrofiado e o número de crianças abaixo do peso são frequentes no mundo, muitos poucos países estão registrando avanços em enfrentar a obesidade. Segundo o levantamento, o número de crianças abaixo de cinco anos com sobrepeso está se aproximando do de crianças abaixo do peso. E apesar de ter havido algum progresso nos últimos anos, o planeta não está em vias de alcançar essas metas. A comunidade internacional não conseguirá acabar com a má nutrição até 2030 se não atuar mais energicamente, segundo os autores do estudo financiado por entidades públicas e organizações filantrópicas em todo o mundo.
Formas de má nutrição
· Atraso no crescimento: criança com pouca altura em relação à sua idade;
· Emaciamento infantil: criança com peso baixo em relação à sua altura;
· Sobrepeso infantil: criança pesada para sua altura;
· Sobrepeso em adultos: adulto com excesso de gordura corporal e um índice de massa corporal acima de 25;
· Deficiência de micronutrientes: ferro, vitamina A, zinco, iodo e ácido fólico abaixo dos limites saudáveis;
· Obesidade em adultos: adulto com excesso de gordura corporal e um índice de massa corporal maior que 30;
· Doenças não transmissíveis: diabetes, doenças cardíacas e alguns tipos de câncer.