Ainda não se tem o número de animais acometidos pelo fogo na região, mas os prejuízos sobre a fauna pantaneira são estimados os maiores dos últimos 50 anos. E a situação não para por aí. Apesar de breve chuva no local, o fogo continua avançando em Cáceres (200 km de Cuiabá-MT), sede do Projeto Bichos do Pantanal, realizado pelo Instituto Sustentar com o patrocínio Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Além de monitorar pontos estratégicos para evitar que o fogo avance ainda mais pela região e aumente as proporções de destruição do meio ambiente, equipe do Projeto, voluntários e parceiros seguem uma luta feroz e incansável dia e noite para salvar animais vítimas dos incêndios.
“Hoje encontramos uma família de marsupial – parente do gambá – fugindo de focos de incêndio na região de Cáceres. Infelizmente, a mãe não sobreviveu. A fêmea foi resgatada com o corpo parcialmente queimado, e não resistiu”, relata Mahal Massavi, biólogo e coordenador de Educação Ambiental do projeto Bichos do Pantanal. “Nós sofremos com cada vida perdida, mas nos alegramos com cada uma que é salva”. É com grande emoção que o biólogo conta sobre o resgate dos três filhotes de marsupial que sobreviveram graças ao marsúpio – uma espécie de bolsa protetora dentro da qual a mãe carregava suas proles fugindo do fogo – e à rápida reação dos voluntários que compõem a Ação Bicho Vivo, que passavam pelo local naquele momento para reposição diária de alimentos.
“Após o regaste, os bichinhos receberam os primeiros socorros e foram alimentados antes de os levarmos para o PAEAS – Posto de Atendimento Emergencial a Animais Silvestres – órgão governamental localizado no início da rodovia Transpantaneira. Lá, eles receberão tratamento intensivo dos profissionais”, finaliza.
A Ação Bicho Vivo Continua
Criada e coordenada pelo Instituto Sustentar, Ação – que tem por objetivo atuar no combate aos incêndios e salvar os animais vítimas das queimadas – conta com o Comitê do Fogo Bicho Vivo, formado para gestão dos recursos arrecadados. Participam do Comissão agentes do ICMBio (gestores da Estação Ecológica (Esec) de Taimã e da Esec Serra das Araras), ONGs como Instituto Gaia, parceiros do setor acadêmico (UNEMAT), Reserva Ecológica do Jaguar, Condema, entre outras entidades de classe e terceiro setor.
Até o momento, a Ação recebeu R﹩ 150 mil doados pela Petrobras, patrocinadora do projeto Bichos do Pantanal, e quase R﹩30 mil de pessoas físicas. Com o montante levantado, foram compradas até agora 6 toneladas de alimentos para os animais, materiais de proteção cedidos aos voluntários em campo, barracas e colchonetes, óculos, luvas, garrafas térmicas e máscaras para brigadistas. Entre os equipamentos de combate aos incêndios, a compra de bombas d’água com mangueiras e os sopradores estão permitindo controlar queimadas pela Região. Graças a esses dispositivos de combate ao fogo, quatro casebres de ribeirinhos e uma pequena propriedade de uma professora local foram salvos pela equipe de voluntários da Ação Bicho Vivo.
Equipamentos para brigadistas
Os equipamentos adquiridos pela Ação Bicho Vivo para combater os incêndios têm feito a diferença. Um bom exemplo são os sopradores, que permitem atuar com mais eficiência no combate às queimadas. Com esse instrumento é possível se aproximar dos focos de incêndios, das labaredas mais fortes, reduzindo as chamas e mantendo-as afastadas do grupo de defesa. Por sua vez, esses agentes conseguem construir uma linha de combate aos fogos com mais velocidade e eficiência.
Ainda por meio da Ação Bicho Vivo foram adquiridos motosserra – equipamento útil para abrir aceiros, câmeras trap – que permitem monitorar locais onde os animais se achegam para se alimentar e, desta forma, a equipe pode agir de forma assertiva na estratégia de distribuição e reposição de alimentos para os animais.
Para amenizar o problema de comunicação, ampliar a efetividade dos trabalhos e a segurança de todos os envolvidos nessa batalha dos incêndios, também foram adquiridos rádios comunicadores para as equipes espalhadas em diversos pontos de combate.
Doação de Estação Meteorológica, a primeira de Cáceres
Um dos maiores legados que o Projeto Bichos do Pantanal deixará para esse triste capítulo da história do bioma é certamente a compra da 1ª Estação Meteorológica para Cáceres. Em parceria com a UNEMAT (Universidade do Mato Grosso), esse investimento proporcionará subsídio para tomadores de decisão, governo, produtores rurais, gestores de reservas, etc. Com isso, especialistas poderão monitorar as variações de temperatura para prever secas e umidades extremas, que ocorrem pontualmente no Alto Pantanal, e propor ações e procedimentos que sejam mais efetivos na prevenção de novos incêndios a médio e longo prazo.
Porque “melhor prevenir que remediar” é a máxima emblemática quando se trata de nossa biodiversidade.
Participe conosco! Juntos somos mais fortes. Faça sua doação para a Ação Bicho Vivo!
Clique no link: http://institutosustentar.net/ doar/
(Link disponível na bio do Instagram do @bichosdopantanal)
Clique no link: http://institutosustentar.net/
(Link disponível na bio do Instagram do @bichosdopantanal)
Sobre o Projeto Bichos do Pantanal
Projeto Bichos do Pantanal – realizado pelo Instituto Sustentar com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Socioambiental da Petrobras, atua na região do Alto Pantanal (Cáceres e Porto Estrela, MT). O foco é nas áreas de Educação Ambiental, pesquisas que ampliam o conhecimento científico visando a preservação de espécies da fauna pantaneira e a promoção da sustentabilidade local por meio do Turismo Sustentável.
Saiba mais em: http://institutosustentar.net/
Mais informações sobre o Projeto Bichos do Pantanal estão disponíveis em http://www.bichosdopantanal. org e nas redes sociais:
Facebook: Projeto Bichos do Pantanal / Instituto Sustentar http://www.facebook.com/ bichosdopantanal/
Instagram: Bichos do Pantanal