No Dia Mundial da Prematuridade, são discutidos cuidados especiais. Diagnóstico precoce pode evitar evolução de cegueira nos prematuros
Celebrado no dia 17 de novembro, o Dia Mundial da Prematuridade tem o propósito de conscientizar sobre o aumento de prematuros e também as consequências que eventuais disfunções podem trazer para o bebê e para os pais. O parto prematuro pode causar diversas complicações ao recém-nascido, inclusive relacionadas à visão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que as complicações relacionadas à prematuridade são a principal causa de morte em crianças menores de cinco anos, contabilizando cerca de 1 milhão de óbitos só em 2015. Há ainda problemas que podem levar a casos de perda parcial ou total da visão dos bebês.
Um dos distúrbios que requer atenção especial é a retinopatia da prematuridade, que compromete a vascularização da retina e é responsável por até 21% das ocorrências de cegueira infantil no Brasil, segundo levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
Drª. Tatiana Brito – especialista nessa área e médica responsável pela oftalmologia da UTI neonatal de Hospital da Mulher e Maternidade Dona Iris, referência em atendimento em Goiânia (GO) – comenta que “a partir de um pré-natal completo e de exames feitos ainda na UTI, pode ser realizado tratamento que, por exemplo, evita a complicação da retinopatia da prematuridade e de outras doenças que atingem recém-nascidos prematuros e podem deixar sequelas para o resto da vida”.
Riscos e tratamento
A oftalmologista pontua que é fundamental a realização de exame que avalie a existência da retinopatia da prematuridade nos seguintes casos de risco: bebês que tenham nascido com menos de 32 semanas de gestação; pesem menos de 1,5 kg; tenham usado oxigênio complementar; apresentem deficiência de vitaminas; hipoxia crônica intra-útero; apneia e/ou bradicardias frequentes; e gemelaridade.
O Teste do Olhinho, que diagnostica doenças como catarata e o glaucoma, já é obrigatório em grande parte do Brasil, porém, alguns exames mais detalhados, como o que identifica a retinopatia da prematuridade, ainda não atingiram o mesmo patamar. “É preciso ampliar a gama de exames oferecidos pelo poder público a fim de contribuir ainda mais para o diagnóstico precoce e garantir a redução de casos de cegueira em crianças”, ressalta a médica oftalmologista Tatiana Brito.