Ontem, o Partido Social Liberal, durante a convenção da executiva nacional da legenda, na prática, passou o comando do partido para o presidenciável Jair Bolsonaro. Isso era uma condição para que Bolsonaro mudasse de legenda após a janela partidária.
O sistema de inteligência de Jair Bolsonaro havia notado, quando em tratativas com o Patriotas, que existia a possibilidade de o partido rifar sua candidatura e impedi-lo de disputar. Houve até a desconfiança de valores: R$50 milhões era a quantia que valeria, atualmente, a não candidatura de Bolsonaro.
Desse modo, aliados do deputado Jair Bolsonaro assumiram o controle de 11 das 16 cadeiras da direção executiva do PSL.
Já seu advogado e assessor informal Gustavo Bebianno está com a vice-presidência da sigla. E, na prática, também a presidência. Isso, porque o líder Luciano Bivar está de licença até o segundo semestre.
Goiás
Na ata que foi homologada ontem, apenas um nome de Goiás figura como membro da Executiva e do Diretório Nacionais do Partido. O Major da reserva não remunerada do Exército e atual Consultor Legislativo (servidor concursado) em Defesa Nacional e Segurança Pública, Vitor Hugo Almeida.
Vitor Hugo aceitou o convite de Bolsonaro para tentar um mandato na Câmara dos Deputados, por Goiás, nas próximas eleições. Ambos comungam da ideia de que mais do que nunca é preciso colocar em prática todo o estofo moral e intelectual que as Forças Armadas lhes deram para melhorar a vida de civis.
O Major tem uma trajetória parecida com a de Jair Bolsonaro. Ambos são egressos da prestigiada Academia Militar das Agulhas Negras, da qual Vítor foi o primeiro colocado geral entre 500 cadetes no ano de 1998. Foram Paraquedistas. Bolsonaro seguiu na vida civil, na carreira parlamentar; já Vitor fazia parte das Forças Especiais do Exército, tendo chegado a comandar o seleto Destacamento Contraterrorismo, unidade ímpar da Força Terrestre. Sua carreira brilhante, de mais de duas décadas nas Forças Armadas, foi abreviada, porque decidiu que era hora de se dedicar à família.
Vitor abriu mão da Presidência do Diretório Estadual em favor de outro político que é esperado na legenda após o fim da janela partidária. O objetivo do Major é conversar com a atual diretoria e tentar compor, já que, segundo ele, está ciente do excelente trabalho feito pelo deputado Lucas Calil e pelo vereador da Capital, Lucas Kitão.
De acordo com o Major, assumir um diretório estadual poderia exigir muito de quem estará sendo os olhos e ouvidos de Bolsonaro em Goiás, além de ter sido incumbido de ajudar na elaboração do plano de Governo na parte de Soberania, Defesa Nacional e Segurança Pública, já que é hoje um dos maiores especialistas do País na área.