Como parte da programação da Semana de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher, foi realizada, nesta terça-feira (28/11), na sede do MP-GO, a oficina “Papo de Homem”. Comandada pela promotora Rúbian Corrêa Coutinho, atuante na Promotoria da Mulher em Goiânia, a atividade foi direcionada exclusivamente aos servidores homens do MP-GO, e teve por objetivo mobilizar o público masculino para se integrar ao debate sobre o enfretamento à violência contra a mulher. Participou também da oficina a promotora Josiane Correa Pires Negretto, titular da Promotoria de Alto Paraíso de Goiás
Inicialmente expondo aspectos da Lei Maria da Penha e sua abrangência, a promotora Rúbian Corrêa explicou que sua criação se deve aos altos índices de violência contra a mulher, com foco no âmbito privado. Ponderou ainda que existem medidas legais caso homens precisem de proteção, mas reforçou que, na maioria esmagadora dos casos, a mulher é a principal vítima, sendo essa razão de criação da lei específica.
Direcionando o assunto quanto à questão de gênero, ela destacou os padrões sociais que são direcionados a homens e mulheres, e suas consequências. Ressaltou ainda a cultura social imposta aos homens no sentido de autoafirmação da masculinidade, gerando sofrimento a esses indivíduos e contribuindo para a perpetuação de comportamentos machistas. Ainda sobre a temática, a promotora falou sobre importância da divisão de tarefas domésticas no âmbito familiar.
Quanto à temática da violência doméstica, Rúbian Corrêa reforçou aos servidores a importância no controle da agressividade. Ainda sobre o assunto, ela expôs aos participantes os ciclos desse tipo de violência, que consiste em basicamente em três estágios: o primeiro, em que o homem descarrega tensão no lar; a segunda, da explosão, em que a agressão ocorre; e, por último, a fase do perdão, em que há arrependimento e o autor da agressão acaba perdoado, seguindo para a fase inicial novamente.
Ainda como parte da programação, foi realizada uma dinâmica em que os participantes descreviam características comuns aos gêneros, havendo, após isso um questionamento entre eles sobre a real aplicação de tais atribuições, visando contribuir para a desmistificação de estereótipos.
Atenta quanto à importância de mobilização em relação ao assunto, a promotora ressaltou a necessidade de iniciativas por parte dos homens no combate a violência da mulher. “Espero que vocês nos ajudem como atores sociais”, afirmou. Também foram indicadas aos servidores as formas de denúncia caso presenciem atos violentos, como o Disque 180, que permite a realização de denúncias, anônimas bem como o próprio MP-GO.
Ao fim, os servidores receberam material de apoio sobre a temática, com folheto sobre a Lei Maria da Penha e a cartilha Papo de Homem, que trazem orientações na prevenção da violência doméstica e na promoção de convivência pacífica no âmbito familiar. Confeccionada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), a cartilha foi adotada também pelo MP-GO, com o apoio financeiro do Ministério Público do Trabalho (MPT) para impressão.
Semana de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher
De iniciativa do Centro de Apoio Operacional (CAO) dos Direitos Humanos, com apoio do Núcleo de Gênero e da 63ª Promotoria de Goiânia, o evento consiste em uma série de atividades promovidas no MP-GO visando a mobilização de seus integrantes no combate à violência contra a mulher.
Com a coordenação da Escola Superior do MP, a programação da Semana inclui seminário, oficinas, uma roda de conversa, lançamento de cartilhas e a Campanha do Laço Branco, sendo um de seus propósitos o envolvimento do público masculino na questão. Iniciada na última segunda-feira (27/11), a mobilização se estenderá até a sexta-feira (1º/12)