A Leishmaniose Visceral Canina é uma doença que está espalhada pelas cinco regiões do país e é considerada a enfermidade mais negligenciada mundialmente e a zoonose mais emergente em grande parte do país, sem perspectivas de controle.
O I Encontro Goiano de Leishmaniose Visceral Canina aconteceu dia 31 de agosto, no auditório do CRMV-GO, com a participação de várias autoridades. O evento foi uma iniciativa da Comissão de Saúde Pública do CRMV-GO. Goiás registra a média de 1 cão para cada 6 humanos, ou seja, são mais de 1 milhão de cachorros espalhados pelos 246 municípios goianos. A Leishmaniose Visceral Humana tem uma taxa de letalidade de 7,8% no Brasil. A doença está espalhada pelas cinco regiões do país e é considerada a enfermidade mais negligenciada mundialmente e a zoonose mais emergente em grande parte do país, sem perspectivas de controle.
Só em 2015, foram registrados mais de 3,2 mil casos em humanos no Brasil. Em 2017, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás registrou 37 casos de Leishmaniose Visceral Humana (LV) no Estado, inclusive um óbito. A LV, também conhecida como calazar, é uma zoonose de transmissão vetorial com ampla distribuição podendo ser fatal, quando não tratada.
Atualmente existe uma vacina antileishmaniose visceral canina em comercialização no Brasil pela Ceva. Já para tratamento do animal existe o Milteforan, da Virbac. É bom lembrar que não existe cura parasitológica estéril para a Leishmaniose Visceral Canina. O declínio da carga parasitária, com o Milteforan, reduzirá o potencial de infecção dos flebotomíneos e, consequentemente, a transmissibilidade da doença. Assim, a cada quatro meses, o animal em tratamento deverá retornar ao médico veterinário para uma reavaliação clínica, laboratorial (pelo proteinograma) e parasitológica (pelas citologias de linfonodo e medula óssea). Se necessário, um novo ciclo de tratamento deverá ser indicado.
A Méd. Vet. Sonaide Faria Ferreira Marques, Técnica da Coordenação de Zoonoses da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) e também uma das palestrantes do I Encontro Goiano de Leishmaniose Visceral, vai abordar o assunto com mais profundidade no Suplemento Técnico a ser veiculado na próxima edição do informativo oficial do CRMV-GO, o Quirão, edição de dezembro. Fique atento às orientações importantes sobre essa zoonose que atinge todo o país.
Os médicos veterinários, ao suspeitarem de um caso, especialmente nas clínicas veterinárias, devem informar imediatamente as autoridades de saúde pública de seu município ou Estado, lembrando que os casos de Leishmaniose Visceral Canina antecedem os casos de Leishmaniose Visceral Humana.
Esta comunicação deve ser feita aos Núcleos de Vigilância Epidemiológica das secretarias municipais de saúde, às Unidades Municipais de Vigilância de Zoonoses, antigamente denominados CCZs (Goiânia, Anápolis, Luziânia, Rio Verde, Itumbiara, Porangatu, Jataí e Aparecida de Goiânia) e à Coordenação Estadual de Zoonoses.
Para mais informações, os profissionais podem entrar em contato com a Coordenação Estadual de Zoonoses da SES-GO: Telefone (62) 3201-2683 ou zoonoses.go.gov@gmail.com.