Além de profissionalizar as reeducandas, aulas de corte e costura resultarão em enxovais para recém-nascidos atendidos pela OVG
A Unidade Prisional Regional Feminina de Araçu deu início ao Curso de Capacitação de Reeducandas, na modalidade corte e costura, para oito das 37 mulheres encarceradas no local. A seleção foi feita a partir de critérios biopsicossociais, em que foram consideradas informações como tempo de cumprimento da pena e periculosidade. Essa é mais uma ação do programa Goiás de Resultados, coordenado pela Vice-Governadoria do Estado, que, entre suas metas prioritárias, visa a ressocialização de detentos do Sistema Prisional. Parceira da ação, a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) é responsável por ministrar o curso, além de oferecer todo o maquinário utilizado para a confecção das peças.
“Não apresentamos só uma alternativa que resulta em remição de pena e remuneração pelo trabalho exercido, como prevê a Lei de Execução Penal. Oferecemos também uma oportunidade de profissionalização para essas mulheres e de colaboração nos trabalhos de assistência social do Estado, já que serão confeccionados enxovais de recém-nascidos que se encontram em condição de vulnerabilidade”, destaca o vice-governador Lincoln Tejota.
A atividade foi possível graças à parceria firmada entre a OVG e a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP), por meio da Gerência de Produção Agroindustrial (GPAI), que pertence à Superintendência de Reintegração Social e Cidadania (SUPRESC).
Para que possam fazer parte do projeto, as detentas precisam passar por um curso de capacitação ministrado pela Organização. Por meio deste curso, além de contribuírem com a confecção dos enxovais, essas mulheres poderão aprender uma profissão. De acordo com a diretora-geral da OVG, Adryanna Melo Caiado, o objetivo principal da parceria com o programa é possibilitar a reinserção social das detentas após o cumprimento da pena. “Com essa parceria, além de levarmos dignidade a tantas famílias por meio desse kit de enxoval, que terá um reforço na produção, nós possibilitamos também a ressocialização dessas mulheres por meio da capacitação profissional. É importante darmos a oportunidade de uma profissão para elas no futuro. Com esse projeto elas se tornarão costureiras e poderão seguir em frente quando estiverem em liberdade”, comenta Adryanna.
No Estado
De um total de 920 detentas lotadas em todo o Estado, 278 atuam em diversas oficinas de artesanato, corte e costura e atividades fabris. “O número de participantes só tem crescido, após a implantação das orientações do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), cujo objetivo é oferecer condições reais de reeducação e recuperação da população carcerária para a vida em sociedade”, ressalta o vice-governador.
Ele também faz questão de lembrar que, há cerca de um ano, o Estado abandonou o modelo de estabelecimento penal misto, que custodiava homens e mulheres, para lançar as unidades exclusivas para cada gênero e que a UPR de Araçu é o oitavo estabelecimento penal regional feminino a entrar em funcionamento em Goiás. “Estamos fazendo o nosso dever de casa, o que só colabora para a construção de uma realidade cada vez melhor quando o assunto é segurança pública”, comenta.