Posts e passeatas são manifestações que chamam a atenção, nos dias atuais, pelo forte teor de acusação e indignação de empresários dos mais diversos setores da economia goiana, ávida pela abertura do comércio na capital, onde a Prefeitura de Goiânia assumiu, através do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE Goiânia Covid-19), conversação objetivando estabelecer o cronograma gradual de retomada das atividades econômicas.
Em nota, fartamente explorada pela mídia, o presidente do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares de Goiânia, SINDBARES, Newton Pereira acusa a secretaria municipal de saúde, Fátima Mrué , de não preparar o sistema de saúde municipal para o enfrentamento da pandemia; de ignorar as propostas de protocolos sanitários apresentados pelos diferentes segmentos do setor produtivo para a retomada econômica; de não se importar com as profundas dificuldades e a falência de empreendedores, especialmente pequenos e médios; de não se sensibilizar com o desemprego e a fome que se abatem sobre a massa de desempregados; e de não ouviu sequer as palavras do prefeito Iris Rezende pela definição de um cronograma de reabertura.
Os empresários citam uma reportagem publicada no último dia 11 pelo jornal O Popular, na qual a secretária municipal de saúde afirma que a disponibilidade de leitos definirá as datas de reabertura da economia. “Pelos números apresentados por Mrué, Goiânia, com 1,6 milhão de habitantes, tem hoje 119 leitos disponíveis para o enfrentamento da pandemia. Aparecida de Goiânia, com 578 mil habitantes, tem 161. Ou seja, Aparecida tem um leito para cada 3.590 habitantes, enquanto Goiânia um leito para cada 13.445 habitantes – uma diferença vergonhosa.”
As manifestações provocaram os vereadores de Goiânia que prepararam um decreto legislativo para forçar a reabertura do comércio recuando após a prefeitura assegurar que soltará nos próximos dias um novo decreto restabelecendo datas para abertura de todo comércio. A posição dos vereadores vem de encontro ao que deseja o Paço Municipal, alarmado que está, com a queda na arrecadação causando prejuízos na casa de 600 milhões, conforme disse o próprio prefeito durante a última prestação de contas na Câmara Municipal.
A secretaria municipal de saúde, Fátima Mrué ficou falando sozinha no COE Goiânia. O recuo dos legisladores municipais só aconteceu devido a conversas reservadas com o prefeito e ante posição do sistema jurídico aconselhando a não intromissão da casa em decisões reservadas única e exclusivamente ao poder executivo. O empresariado a crítica e alega grave problema de gestão. E afirma que a secretária é incapaz de fazer a gestão da pandemia.” A população de Goiânia está à mercê do coronavírus. À população em geral, resta tomar todos os cuidados para não contrair o vírus, torcendo para não precisar do sistema público de saúde. Aos empreendedores e trabalhadores, restam a falência e a fome”, afirma a nota.
A prefeitura terá que ceder pois as pressões tem ganhado cada dia mais adeptos. Há um consenso de que o isolamento existe apenas na visão da secretaria Mrué, pois o volume de carros no trânsito da cidade é facilmente perceptível, o comércio na região da 44 ocorre na madrugada sem qualquer fiscalização, o centro da cidade e a região do bairro de Campinas estão tomados por ambulantes. As cidades que compõem a grande Goiânia voltam à normalidade encarando seus medos e procurando deixar a vida seguir. De que adianta Goiânia se fechar quando trabalhadores e pessoas se deslocam de seus municípios para a capital, local de trabalho de grande maioria?