O coronavírus foi se espalhando pelo mundo e desde janeiro acompanhamos mais de perto a sua evolução. No Brasil, o primeiro caso surgiu no final de fevereiro, mas já no mês seguinte a indústria começou a sentir os efeitos da pandemia. Pesquisa realizada no âmbito das sondagens empresariais e do consumidor, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), mostra que em março quase metade das empresas da indústria (43%) já percebia os efeitos nos negócios, seguidas por comércio (35,4%) e serviços (30,2%).
Na indústria, os segmentos que se mostraram mais afetados pela pandemia no mês foram: Petróleo e biocombustíveis (88,3%) e Química (61,4%). O levantamento aponta que chegaria a afetar 90,5% e 80,2% das empresas desses segmentos nos próximos meses, respectivamente. Para quase todas as empresa de Petróleo (90,7%), a principal causa para esse impacto seria a demanda externa reduzida, e para 83,1% dos produtores químicos seria o fornecimento de insumos importados.
“Os efeitos do coronavírus na economia começaram a ser sentidos em março, mas certamente passa a ser mais forte após o poder público estabelecer as medidas de restrições. Não sabemos ainda qual será o impacto total na economia, pois atinge todos os setores, segmentos e consumidores. O resultado dependerá do tempo que ainda levará para retomar as atividades”, analisou Viviane Seda, coordenadora das Sondagens do FGV IBRE e da pesquisa.
Para os próximos meses, 15 dos 19 segmentos têm mais de 50% das empresas dizendo que sofrerá impactos devido ao coronavírus. Entre os que esperam ser mais afetados estão: máquinas e materiais elétricos (91,5%), limpeza e perfumaria (90,2%), informática e eletrônicos (89,4%), couros e calçados (85,9%) e veículos automotores (82,7%) e metalurgia (82%).
A principal preocupação dos empresários, em sua maioria, é com o fornecimento de insumos importados. Nesse quesito, produtores de bens de consumo duráveis são os mais preocupados (86,6%). A questão de paralisação por problemas de saúde foi citada por 23,0% das empresas, tendo maior incidência nos produtos de bens de consumo não duráveis (34,6%).
Curiosamente, empresas do vestuário são as que esperam menor impacto em suas atividades, com apenas 26%. O índice é mais baixo que o indicado por empresários de produtos considerados essenciais como alimentos e farmacêuticos: mais de 40% espera ser impactado pelo vírus.
Feita entre 1º e 25 de março, majoritariamente antes do fechamento das escolas e do comércio, a pesquisa apontava que mesmo antes das restrições mais de 30% das empresas de todos os setores sentiam os efeitos da pandemia. Já para a quase totalidade (81,4%) dos 1700 consumidores consultados entre os dias 1º e 19 de março, iria prejudicar de maneira forte ou moderada a economia.
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