O coordenador da comissão externa que apura as causas do endividamento agrícola, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), informou que vai trabalhar primeiro na identificação do total dos débitos dos produtores rurais. Ele já está enviando ofícios para várias autoridades do governo e do setor privado para somar estes números. A comissão tem uma reunião na próxima terça-feira (20), às 11h, para definir o roteiro de trabalho e aprovar requerimentos.
Goergen acredita que será necessário propor uma nova securitização das dívidas. “Onde o Estado assume essa dívida, alonga ela no tempo e o produtor paga ao Estado com um juro adequado, com um juro que venha ao encontro do atual patamar das taxas”, disse.
O deputado afirmou ainda que quer acelerar os trabalhos do grupo em função do calendário eleitoral. “A gente sabe que na eleição as coisas param e também porque, no ano que vem, um novo governo, você sempre tem dificuldade de conversar sobre essa questão de alongamento. Um governo, quando assume, praticamente fecha as portas, para poder entender o que está recebendo nas contas públicas. Então nós temos que trabalhar muito rápido para termos algum resultado”, afirmou Goergen. Segundo ele, alguns setores como do arroz, leite, café, suinocultura e trigo, estão passando por dificuldades e já há “um enorme endividamento”.
Uma outra proposta que será feita na comissão é a negociação de uma linha de crédito agrícola a ser oferecida pela Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil com juros mais baixos. Recentemente, foi sancionada lei que facilita os pagamentos de dívidas dos agricultores com o Funrural, relativo às contribuições previdenciárias do setor.