Goiânia tem 9,2% da população adulta formada por fumantes, sendo que 2,2% consomem 20 cigarros ou mais por dia. O levantamento de 2017, realizado pelo Ministério da Saúde, mostra também que 7,5% dos moradores da capital do Goiás se consideram fumantes passivos. Ou seja, inalam com frequência a fumaça dos cigarros de familiares, colegas de trabalho ou amigos. Fumar provoca doenças pulmonares graves. Por isso, é fundamental que todo fumante procure um pneumologista para acompanhar periodicamente a saúde.
De acordo com a Tatiana Veloso, pneumologista que integra o corpo clínico do Laboratório Atalaia, são mais de quatro mil substâncias nocivas presentes no cigarro. “As principais são a nicotina, que causa dependência; o alcatrão, que é composto por mais de 40 substâncias nocivas; e o monóxido de carbono, considerado o principal gás componente da fumaça do tabaco”, analisa.
Pesquisas mostram que o cigarro não é um problema apenas para os fumantes habituais. “Os riscos são os mesmos para os fumantes passivos que inalam constantemente a fumaça e também estão expostos a adquirir inúmeras doenças”, alerta Veloso.
As complicações de saúde para um fumante passivo dependem da frequência e do tempo em que ele é exposto ao cigarro. Se ele conviver com uma pessoa que fuma somente à noite, por uma hora, terá um nível de risco. Agora, se conviver com quem fuma a cada hora do dia, o nível de risco de uma doença se desenvolver será maior. A situação é bastante comum entre casais, onde um dos parceiros fuma e o outro não. Os riscos dependem sempre da quantidade da exposição ao cigarro.
O mais importante para fazer uma avaliação adequada da saúde do fumante é detectar possíveis complicações respiratórias. Daí a importância de procurar um especialista. Além de cânceres, como os de pulmão, boca e bexiga, o cigarro pode aumentar o risco do desenvolvimento de doenças vasculares como o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o infarto do miocárdio. Uma das doenças mais comuns é a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), mais conhecida como enfisema pulmonar ou bronquite crônica. “Nesses casos, é importante consultar um médico, que avaliará os sintomas apresentados.”
Tatiana Veloso também destaca a importância da conscientização dos profissionais da saúde. “Todo médico, independentemente da especialidade, deve realizar a abordagem mínima. Ou seja, quando o paciente chegar ao consultório pela primeira vez, o especialista de qualquer área deve perguntar se ele fuma e se tem interesse em parar.” Segundo a médica, diversos estudos comprovam que essa abordagem é essencial no combate ao tabagismo.