Sociedade

Brasil deveria seguir exemplo do Reino Unido e convocar eleições, diz Caiado na Folha

Na coluna do senador Ronaldo Caiado publicada neste sábado (22/4) na Folha de S. Paulo, o parlamentar reforça a urgência da convocação de eleições como única saída para a grave situação que o país vive. O líder do Democratas no Senado expõe que a crise deixou de ser apenas política e econômica para se tornar institucional e a falta de credibilidade do Congresso – sob impacto das denúncias da Lava-Jato – para fazer as reformas que o Brasil precisa   vai resultar na permanência da nação nesse quadro caótico. Caiado citou como exemplo o parlamento Reino Unido que esta semana, com maioria absoluta, decidiu convocar eleições, três anos do previsto, diante de uma situação de ruptura política provocada pelo “Brexit”, a saída do bloco britânico da União Unido. o senador disse também que todos devem colocar seus cargos à disposição para uma nova eleição e que isso inclui ele próprio que não está nem na metade de seu mandato.

“O Reino Unido acaba de dar exemplo de como (e por que) funcionam as verdadeiras democracias. Diante de um quadro de impasse político, decorrente da saída da UE —o “Brexit—, seu Parlamento, por iniciativa da premiê Theresa May, antecipou as eleições para 8 de junho”, argumentou Caiado. 

“A crise brasileira, nesses termos, mostrou-se, mais que econômica, mais que política, institucional. Os três Poderes padecem de profunda falta de credibilidade para solucionar a crise; a sociedade não se sente representada por eles -e não confia nem chancela as propostas que lá tramitam, em busca de soluções.
A saída —e venho sustentando isso desde os tempos em que ainda se discutia o impeachment— é zerar o jogo, com novas eleições gerais, que restabeleçam a sintonia entre o povo e as instituições”, o opina o senador sobre o caso brasileiro.

Para o líder democrata, a solução dada pelo Congresso após o impeachment é artificial e está apenas prolongando a crise. “O Congresso, pressionado pela indignação popular, entendeu que bastava afastar a presidente, adaptar-se ao novo governo e estabelecer um realinhamento partidário. Solução artificial, de gabinete, que a sociedade rejeita. O novo governo não é novo; é subproduto do que foi derrubado nas ruas. A sequência das investigações da Lava Jato mostra também o comprometimento de parcela expressiva dos partidos que estão no governo e que estiveram alinhados com o PT, que comandou o maior saque aos cofres públicos de que se tem notícia”. 

Caiado ainda argumenta que o período das eleições não pode ser intocável diante do interesse público. “Os que se apegam a formalismos alegam que a periodicidade das eleições é intocável. Ora, intocável é o interesse público, afrontado por uma conjuntura em que as instituições já não o representam. Se todo o poder deve emanar do povo (parágrafo único, do artigo 1º da Constituição) e não está emanando, então é o próprio país oficial que incorre em inconstitucionalidade. Às urnas!”, conclui. 
 
Confira a íntegra do artigo: 
 

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