Sem nenhum pudor, o deputado estadual Amauri Ribeiro (PRP) quis impactar sua chegada no legislativo goiano.
Durante a cerimonia de posse, de terno e chapéu texano, sentou a esposa no colo e causou constrangimento entre os presentes. Sem papas na língua, sem fazer concessões aos vícios do sistema político, com seu estilo mais rústico, o ex-prefeito de Piracanjuba, Amauri Ribeiro (PRP), manifesta que é diferente dos políticos tradicionais por falar o que pensa. É diferente até no figurino: não tira o chapéu da cabeça e é adepto de um estilo mais sertanejo. Em manifestação na internet ressaltou: “Não é o estilo ou chapéu que define o caráter”, disse, complementando “meu chapéu vai continuar na minha cabeça”.
Quanto ao episódio da esposa, justificou que as pessoas falam sem saber das coisas. Que a esposa sentou no seu colo porque cedeu o lugar para uma idosa de 80 anos. “Eu faria tudo de novo”, disse.
Amauri não foge de uma polêmica, tem fama de brigão, mas é também – até por adversários – reconhecido como político idôneo, sem qualquer mancha no que diz respeito ao erário público.
CHAMADO DE LOUCO
Segundo matéria publicada no site Goiás Total, em maio de 2018 pelo jornalista Anderson Câmara, o deputado se defendia da fama de louco: “Quando fui candidato a prefeito, fui chamado de louco. Um cara sem dinheiro, sem grupo político e sem sequer um vereador do lado, um candidato numa chapa puro-sangue. Meu partido possuía apenas 5 pessoas, entre elas foi escolhido o vice. E esse louco ganhou a eleição”, resume sua experiência na campanha para prefeito da capital das orquídeas.
Após quatro anos de uma gestão de cargos técnicos e não políticos, Amauri tinha 79% das intenções de votos à reeleição. O normal seria qualquer político seguir o curso natural e continuar no poder. Mas ele disse não. “Chamaram-me de louco por não querer continuar, mas havia me cansado do sistema podre de nossa política”, disse.
“Após esse tempo fora da política, percebi que só podemos mudar o cenário com mandato nas mãos, só assim temos espaço na mídia, só assim podemos brigar pelo correto e buscar um município, um estado e um país diferente. Tenho ideias e vou atrás da realização delas”, disse Amauri, justificando a reviravolta na decisão de abandonar a vida pública.
Questionado sobre quais serão suas bandeiras, Amauri Ribeiro, fiel ao seu estilo, não titubeia. “Não tenho bandeira. Defendo o correto sempre. Defendo uma forma diferente de fazer política”, afirmou.
Ele conta que seu mandato será nos mesmos moldes da cruzada pela prefeitura. “Não tenho comigo nenhum figurão. As lideranças políticas, na maioria, querem algo em troca de apoio. Não faço barganhas. Tenho simplesmente o povo e Deus do meu lado”, revela. “O resto que se dane”.
Não é o que se viu, quando da indicação de cargos no governo do Estado. Segundo políticos da região sul, Amaury teria indicado nomeações do executivo nas regionais de Morrinhos e em Piracanjuba.