Política

“Não em nosso nome” parte de comunidade judaica critica apoio de CONIB a Geraldo Alckmin

Um dia antes de sofrer uma tentativa de homicídio que lhe deixou hospitalizado, o presidenciável do PSL Jair Bolsonaro conjuntamente com um deputado Federal Onyx Lorenzoni gravou um vídeo em que mandava uma mensagem para os judeus brasileiros pela comemoração do ano novo judaico, o Rosh Hashaná. O vídeo foi gravado pelo membro da Associação Sionista Brasil Israel (ASBI),  Adão Peiani.

Na última segunda feira, a visita do presidenciável Geraldo Alckmin à sinagoga Beit Chabad causou nova divergência, pois o presidenciável estava acompanhado do presidente da CONIB (confederação Israelita do Brasil) o que causou indignação em parte da comunidade judaica que apoia Jair Bolsonaro. Uma carta foi escrita aos dirigentes da CONIB.

 

NÃO EM NOSSO NOME

A ASBI lamenta profundamente que o Sr. Fernando Lottenberg, abandone o bom senso e a neutralidade, características peculiares ao cargo que ocupa como presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil), para partidariza-la, dividindo ainda mais a comunidade judaica, já cansada de tantos embates provocados por judeus sectários simpatizantes às causas dos inimigos de Israel.

No primeiro dia do Rosh Hashaná, o ano novo judaico, celebrado no domingo passado (9), o dirigente preferiu trocar as orações por um comício em favor do candidato do PSDB, acompanhando-o em uma visita guiada na última segunda-feira (10), à sinagoga Beit Chabad, na capital paulista, para um “trololó” espiritual partidário.

Segundo relatos, o rabino, mais prudente que o presidente, orientou o candidato do PSDB a seguir um caminho de moderação e do diálogo, sugerindo uma campanha menos agressiva e desrespeitosa contra o candidato que lidera as pesquisas, o deputado Jair Bolsonaro, dizendo: “Que o Brasil seja um lugar de paz, de saúde e alegrias, que todos nós merecemos”.

O candidato do PSDB agradeceu o conselho e a prenda que recebeu, mas não se pronunciou, evitando com isso, assumir um compromisso que não poderá honrar, tendo em vista que a sua obstinação em disputar este pleito, fere a ética e os valores morais ensinados na Torá, além de topar qualquer parada para alavancar a candidatura, desde prometer o impossível até se aliar com políticos envolvidos na Lava Jato.

Mas o comportamento do candidato do PSDB choca menos do que o comportamento do presidente da Conib, pois o mínimo que se espera de quem ocupa um cargo tão importante dentro da comunidade judaica, é um espírito pacificador e conciliatório.

Há dois anos ininterruptos, Jair Bolsonaro vem sendo atacado pelas lideranças das Federações Israelitas e pelo presidente da Confederação. Pressionando direta ou indiretamente os presidentes dos clubes judaicos, Bolsonaro teve dois encontros cancelados, um no Rio de Janeiro, no Clube Monte Sinai e outro em São Paulo, na Hebraica. Este comportamento refratário, serviu para açodar as relações e acirrar os ânimos de todos os judeus, jogando-os uns contra os outros. O clímax deu-se quando, corajosamente, o presidente do Clube Hebraica Rio, convidou o capitão para palestrar para judeus e sionistas que estavam dispostos a ouvi-lo e fazerem um juízo de valor isento, sem qualquer influência ou tutela que essas lideranças queriam dar.

Isso, ocasionou o tão debatido pogrom na porta do clube, onde militantes radicais de instituições judaicas associadas à partidos como o PSOL, PT e PCdoB se aliaram com não judeus para ofenderem e ameaçarem seus irmãos que decidiram exercer o seu direito de ir e vir para assistir a palestra.

Do episódio, nasceu a ASBI, formada essencialmente por judeus e sionistas de todos os credos que lá estavam e que, corajosamente se organizaram para criar uma associação que lhes desse a voz e a representatividade perdida na arrogância de quem, como o presidente da Conib, acredita que detém.

É no mínimo risível ver o presidente da Conib citar o vídeo de Rosh Hashaná, que Bolsonaro fez questão de gravar para a ASBI, prometendo inclusive transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém e anunciando que a sua primeira viagem internacional depois da eleição será para Israel, sem, contudo, citar a nossa associação. É curioso notar também, que o presidente tenta impor uma representatividade que é diuturnamente rejeitada na página oficial da própria Confederação. Aliás, a página e o grupo da ASBI disponibilizaram uma enquete para os seus mais de 6.000 membros, onde as pessoas são livres para declararem a intenção de voto para presidente. Nas duas, Bolsonaro atinge 91% das intenções de votos, enquanto o candidato defendido pelo presidente da Confederação que, diga-se de passagem, mantém relações estreitas com o PSDB, atinge apenas 7%, sendo seguido pelo candidato do PDT com 2%.

Alguém precisa avisar ao presidente, que ele é livre para votar em quem quiser, assim como os seus amigos do partido que pertencem à comunidade judaica, mas isso nem de longe representa a vontade de toda a comunidade e de quem dela participa indiretamente. Lotemberg e sua turma do PSDB está completamente desconectado daqueles que diz representar.

Quem sabe se saírem um pouco da bolha em que vivem, percebam que os judeus honestos e tementes à D’ús, portanto, observadores dos valores morais e éticos ensinados na Torá desde a mais tenra idade, querem ser governados por alguém com a ficha limpa; com honestidade suficiente para fazer chegar as merendas nas escolas; com honra e dignidade forjadas na moral que impede qualquer aproximação com facções criminosas; com moral ilibada para não aceitar desvios de dinheiro público em obras federais; com caráter digno de ser citado positivamente por um Ministro do STF e elogiado por bandidos acostumados a negociarem com políticos com alcunhas.

 Finalmente, esta atitude temerária do presidente da Conib, expõe a comunidade judaica de tal maneira, que praticamente a deixa numa “saia justa” em caso (quase certo) de vitória do candidato Jair Bolsonaro. E é aí que a ASBI entra e oferece ao deputado a amizade sincera do povo judeu e a alegria de estarmos ao lado de quem ama o nosso povo e a nossa Israel Eterna.

Shaná Tová!

Equipe ASBI

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